Cidade do Vaticano (RV) – Um Jubileu extraordinário, Um Ano Santo da Misericórdia: foi o anúncio que o Papa Francisco fez na tarde de sexta-feira, dia 13, na Basílica Vaticana, durante a homilia da celebração penitencial com a qual o Pontífice abriu a iniciativa “24h para o Senhor”. Um anúncio acolhido com o aplauso dos presentes.
“Decidi convocar um Jubileu extraordinário centralizado na misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da palavra do Senhor: “Sede misericordiosos como o vosso Pai” (cfr Lc 6,36). Este Ano Santo – explicou o Papa – terá início na próxima solenidade da Imaculada Conceição e se concluirá em 20 de novembro de 2016, Domingo de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do universo e rosto vivo da misericórdia do Pai.”
Durante a homilia Francisco ressaltou a riqueza da misericórdia de Deus evidenciando “com quanto amor Jesus olha para nós, com quanto amor cura o nosso coração pecador”.
Francisco vê o Jubileu extraordinário como uma oportunidade mediante a qual “a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia”.
Confio a organização deste Jubileu ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, a fim de que possa animá-lo como uma nova etapa do caminho da Igreja em sua missão de levar a toda pessoa o Evangelho da misericórdia. Estou certo de que toda a Igreja poderá encontrar neste Jubileu a alegria para redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus, com a qual todos somos chamados a dar consolação a todo homem e toda mulher de nosso tempo.
O Santo Padre dedicou toda a homilia ao tema da misericórdia: como recorda o apóstolo Paulo – disse Francisco, referindo-se à primeira leitura –, “Deus jamais cessa, ao longo dos séculos, de mostrar a riqueza da sua misericórdia.
“O Evangelho – continuou – “nos abre um caminho de esperança e de conforto”. Atendo-se ao trecho que narra o episódio da pecadora que lava os pés de Jesus e os enxuga com seus cabelos, beija-os e os unge com óleo perfumado, enquanto Simão, o dono da casa que convidou o Mestre à sua mesa, a julga uma pecadora, o Papa ressaltou duas palavras que retornam com insistência: amor e juízo.
“Há o amor da mulher pecadora que se humilha diante do Senhor; mas antes ainda há o amor misericordioso de Jesus por ela, que a impele a aproximar-se.”
“Cada gesto desta mulher fala de amor e expressa seu desejo de ter uma certeza inquebrantável em sua vida: a de ter sido perdoada. E Jesus lhe dá essa certeza: acolhendo-a demonstra-lhe o amor de Deus por ela, justamente por ela! O amor e o perdão são simultâneos: Deus lhe perdoa muito, tudo, porque “muito amou” (Lc 7,47).
Esta mulher verdadeiramente encontrou o Senhor. No silêncio, abriu-lhe o coração; na dor, mostrou-lhe o arrependimento por seus pecados; com seu choro, apelou à misericórdia divina para receber o perdão. Para ela não haverá nenhum juízo a não ser o que vem de Deus, e este é o juízo da misericórdia. O protagonista deste encontro é certamente o amor que vai além da justiça.”
Simão o fariseu, pelo contrário – frisou o Santo Padre –, “não consegue encontrar o caminho do amor”. “Em seus pensamentos invoca somente a justiça, e assim fazendo, erra. Seu juízo sobre a mulher o distancia da verdade e não lhe permite nem mesmo compreender quem é o seu hóspede. Deteve-se na superfície, não foi capaz de olhar para o coração.”
“O chamado nos impele cada um de nós a não ficar na superfície das coisas, sobretudo quando temos diante de nós uma pessoa. (…) Ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus; todos conhecem o caminho para ter acesso a ela e a Igreja é a casa que a todos acolhe e a ninguém rejeita. Suas portas permanecem escancaradas – concluiu Francisco –, a fim de que aqueles que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão.”
Trata-se de um acolhimento que encontra sua imagem simbólica justamente no rito inicial do Jubileu extraordinário anunciado: a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, em 8 de dezembro próximo. (RL)
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