JUVENTUDE EM MISSÃO
Esse o tema que as
Pontifícias Obras Missionárias, juntamente com toda a Igreja, apresentam para
outubro de 2013. No dia 20 deste mês se celebra o Dia Mundial das Missões,” uma
oportunidade de fazer sentir a vocação missionária à Igreja, aos nossos irmãos
no episcopado, ao clero, aos religiosos e religiosas e a todos os católicos” (
Paulo VI). “Juventude em Missão” dá uma
continuidade a todo um processo que já
vem sendo feito, uma caminhada missionária que segue adiante, agora com o foco
no mundo e não apenas em nossas comunidades, paróquias ou dioceses, em sintonia
com a JMJ Rio 2013: “A quem eu te enviar, irás” (Jr. 1, 7b) a todo o mundo não
só ao meu grupo, minha comunidade, “Ide e fazei discípulos a todos os povos”,
(Mt. 12, 8).
Não só os jovens em
idade, mas os jovens em espírito, “somos todos enviados nas estradas do mundo
para caminhar com os irmãos, professando e testemunhando a nossa fé em Cristo e
nos tornando anunciadores de seu Evangelho” (Papa Francisco). Agora é que, de
fato, se inicia a Missão.
Que os padroeiros
universais das Missões, Santa Terezinha do Menino Jesus e São Francisco Xavier
nos acompanhem.
O CONCEITO DE MISSÃO
A
palavra “missão”, nos séculos XVI e XVII, designava os esforços a favor dos não
batizados e da implantação da Igreja entre os não cristãos. Anteriormente eram
designados como “apostolado”,
“propagação da fé” ou “propagação da saúde”.
O caráter proselitista do missionário surgiu no
período expansivo dos descobrimentos, quando a única religião era um dos
pilares do Estado e garantia da unidade dos Impérios. A “missão” é, antes de
tudo, a expressão do amor de Deus manifestada como vontade de salvação para
toda pessoa em todos os tempos. A motivação da Igreja missionária não obedece a
um fato pastoral, proselitista, muito menos político. É algo constitutivo da
própria Igreja, está em sua genética, transmitida por gerações de cristãos.
Esta motivação não é outra que o amor de Deus à humanidade, e especialmente aos
que menos têm em bens materiais, em esperanças, em poder.
Os missionários católicos não são agentes
proselitistas, representantes de uma multinacional, nem pessoas que desejam a
todo custo fazer do não crente um membro de sua Igreja. Anunciam a Cristo como
libertação, onde for mais necessário, onde há ausência dos bens messiânicos,
onde há medo, violência, desgraça, conflitos, miséria, fome, amargura, exílio,
mortalidade infantil, abuso, exploração.
Por
isso não é a Igreja quem decide a missão, mas é a própria missão que define o
lugar onde a Igreja deve estar presente: onde falta o anúncio de Cristo, onde
se carece de esperança e de paz, onde falta Deus.
Missão, em seu sentido original e em seu conceito atual, é buscar os lugares
onde se faz mais necessário anunciar a Cristo, onde as desigualdades e a falta
de ética política ou econômica levaram muitas pessoas uma condição de apenas
sobreviver; como os imigrantes, pessoas com dependência química, desempregados
sem esperança, meninas que sofrem abusos e exploração, enfermos que não têm
quem os acompanhe ou à sociedade rica que adoece de valores e na qual a
dignidade se perde entre o mercantilismo e o consumismo. Missão é tudo isso e muito mais.
O modelo do missionário é Jesus de Nazaré, que entrega sua
vida pelos outros e, sendo Deus, se faz homem para estar com os que
sofrem.
MISSIONÁRIOS NO BRASIL –
um exemplo
Os Agostinianos Recoletos do Brasil,
no Vicariato São Tomás de Vilanova, têm uma tradição missionária. As Prelazias
de Lábrea e de Marajó vieram oferecer â Ordem a oportunidade de se engajar na
Obra da Evangelização dos Povos.
O missionário servindo-se do lombo de animais ou de embarcações faz parada em
cada pequeno povoado e dedica-se ao atendimento da catequese, celebração
eucarística, batizados e casamentos. A atividade envolve também, o aspecto
social, por se tratar de regiões carentes ou de pouco progresso.
Há, por isso, a preocupação pela saúde, que leva os missionários a prestarem
serviços de enfermagem, e socorrerem a população com medicamentos; pela
educação, refletida na existência de estabelecimentos de ensino por iniciativa
das prelazias; pela promoção social, retratada na existência de entidades que
têm essa finalidade, tais como cooperativas, serrarias, marcenarias, fábricas
de tijolos e telhas.
NO MUNDO - Além de presentes na América (Brasil, Costa
Rica e México), esses missionários também atuam em países da Ásia (China e
Filipinas) e, há 15 anos, abriram uma nova missão em Serra Leoa, na África.
Missionários somos todos nós desde o
nosso batismo, com a responsabilidade que temos de anunciar Jesus Cristo com as
nossas palavras e a nossa vida. Os missionários “de lá”, que estão no campo de
trabalho pastoral e de ação social, necessitam do nosso apoio traduzido em
orações, interesse, contato, incentivo e ajuda econômica.
ORAÇÃO: “Fica conosco, Jesus!.
Livra-nos do comodismo que sufoca a missão. Envia-nos aos que não Te conhecem;
aos que, tendo Te conhecido, de Ti já se esqueceram; aos que, sendo batizados,
vivem como se pagãos fossem. Orienta nossos passos rumo aos pobres e
sofredores. Abre nossos olhos aos novos ambientes de missão. Leva-nos, enfim, às terras onde quiseres. Amém”.