PALAVRA VIVA


    14º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A

            Queridos irmãos e irmãs, é uma alegria inaugurar este espaço de encontro e reflexão sobre as leituras dominicais, permitindo que a palavra do Senhor seja fonte de vida e renovação na nossa caminhada.
            Neste 14º domingo do Tempo Comum, a liturgia da palavra começa com a profecia de Zacarias (Zc 9,9-10), convidando-nos à alegria de acolher o Senhor, que vem ao nosso encontro, anunciando a paz. É desconcertante a humildade deste rei, que vem montado num jumento, tão diferente de nossas pretensões de grandeza! Nosso Deus sabe nos atrair a si com seu amor, ao mesmo tempo em que nos envia ao mundo inteiro como mensageiros deste imenso amor.


            O salmo responsorial (Sl 144) realça algumas características do Senhor, a quem elevamos nossa prece. O Senhor é misericórdia e piedade, amor, paciência e compaixão, que podemos experimentar, não só na relação pessoal com Deus, mas sobretudo durante nosso culto dominical.
            A carta aos Romanos (Rm 8,9-13) esclarece que é pelo Espírito Santo que nos tornamos discípulos de Cristo, conformando-nos à vontade de Deus.
            O Evangelho, por fim, é uma das páginas mais belas do relato de São Mateus (Mt 11,25-30), em que Jesus revela sua intimidade com o Pai, ao qual podemos ter acesso, tendo o próprio Cristo como mediador.
            A palavra de Jesus aos discípulos mostra a grande diferença entre ele e outros que o precederam: enquanto estes usavam os preceitos da lei como instrumento de opressão, o mestre de Nazaré partilha com os seus um jugo suave e um fardo leve. Ele não veio para abolir a lei, nem pregar a desobediência aos mandamentos, mas estabelece uma nova maneira de cumprí-los, que os torna leves.
            O grande convite do Senhor é para “ir até ele” e “aprender dele”, em outras palavras, entrar em sua intimidade, o que acontece quando buscamos participar com frequência da celebração dos divinos mistérios, cultivando também momentos de oração pessoal e diálogo com Deus de coração a coração.
Pode ser que em alguma ocasião tenhamos nos perguntado sobre a humildade: como é possível crescer nessa virtude, se eu a possuo de verdade etc. Ela é um tanto paradoxal: quando penso que sou humilde, eu já a perdi. Quando, pelo contrário, acho que ela não está em mim, é porque ela já me conquistou. Não precisamos forçar ocasiões para sermos humildes. A providência de Deus se encarrega de nos enviar ocasiões que, embora humilhantes a princípio, nos aproximam do Senhor.

Que o amor do Senhor encha o nosso coração, para termos a coragem de seguí-lo bem de perto! Uma semana abençoada para todos!


Pároco Pe. Célio Calixto.