17º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A
O grande pedido que fazemos ao Senhor neste domingo é por discernimento: que tenhamos sabedoria para fazer as escolhas certas, pois vivendo entre coisas passageiras, somos chamados a nos ater àquelas realidades perenes.
A primeira leitura (1Rs 3,5-12) mostra o pedido a Deus feito pelo jovem rei Salomão. Ele reconhece que é inexperiente e que recebeu do Senhor uma tarefa grandiosa que é conduzir o povo de Israel. Suplica, então, que lhe seja concedido um coração que saiba ouvir e discernir a vontade de Deus para os seus súditos. O pedido agrada a Deus, porque não pensou em si, mas em seus comandados, e sua prece é atendida!
O salmo (Sl 118) exalta a lei (=palavra) de Deus, que “vale mais do que milhões em ouro e prata”, dando consolo e sabedoria ao servo de Deus. De nada vale a riqueza sem discernimento... “Por isso amo os mandamentos que nos destes, mais que o ouro, muito mais que o ouro fino!”
No trecho da Carta aos Romanos que é proclamado neste domingo (Rm 8,28-30), o apóstolo afirma que “tudo contribui para o bem dos que amam Deus”, ao que Santo Agostinho com ousadia completava: “até mesmo o pecado!”. O Senhor, que não deseja o mal, mas algumas vezes o permite, sabe tirar dele algo de bom para aqueles aos quais convida a participarem de seu Reino. A esses ele contemplou com seu amor desde sempre, predestinou a se conformarem a Cristo e deseja tornar justos e glorificar.
O Reino dos Céus está mais uma vez no centro do evangelho (Mt 13,44-52): são proclamadas as parábolas do tesouro e da pérola, seguidas daquela sobre a rede cheia de peixes e de uma conclusão de Jesus sobre o mestre que se torna discípulo.
No início do relato, um homem que trabalha no campo encontra nele, de forma surpreendente, um tesouro escondido, o que lhe traz grande alegria! Vale a pena trocar tudo o que se tem por aquele campo com o tesouro!
Algo semelhante acontece com o mercador de pérolas: ao encontrar uma única que vale mais do que todas as outras, vai sem demora vendê-las para ficar com aquela mais preciosa!
Assim é a dinâmica do Reino dos Céus, onde todos são discípulos e o mestre é só um: Cristo. Se queremos que ele seja o mais importante em nossa vida, deixemos que ele vá à frente mostrando o caminho e o sigamos bem de perto. É o caminho da cruz, sem dúvida, do serviço e da justiça que levam à paz e à alegria eternas!
Vale a pena trocar as falsas seguranças humanas pelo risco de deixar-se salvar pelo Senhor!
Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio Calixto.