19º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A
Neste domingo em que celebramos a vocação à paternidade, ousamos chamar Deus de pai, pedindo a ele um coração de filhos. Que tenhamos também a graça de perceber os outros como irmãos, filhos do mesmo pai do céu, e não adversários.
O grande profeta Elias, na primeira leitura (1Rs 19,9-13), vive uma experiência única: a maravilhosa presença de Deus, surgindo em seu caminho de forma surpreendente. Ele não está na força do vento, nem na grandeza do terremoto ou no poder do fogo, mas no murmúrio de uma leve brisa.
Junto com o salmista (Sl 84), queremos ouvir a voz de Deus, que fala palavras de paz. A verdade e o amor se encontram, a justiça e a paz se beijam, espalhando a bênção do altíssimo por toda parte e levando-nos a repetir o refrão: “mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!”.
Talvez seja difícil imaginar alguém mais apaixonado por Cristo que o apóstolo Paulo. Na segunda leitura (Rm 9,1-5) deste domingo, porém, fica evidente a percepção do dedicado servo de Deus, que não quer Jesus somente para si, mas que aceitaria ser “segregado por Cristo” em favor de seus irmãos israelitas.
O texto bastante conhecido de Jesus caminhando sobre as águas (Mt 14,22-33) é o coração da liturgia da palavra deste domingo. Podemos interpretar essa passagem no nível pessoal, mas o melhor seria acolhê-la como mensagem para a Igreja, enquanto assembleia de fiéis, convocada por Cristo para se reunir em seu nome.
Inicialmente parece que Jesus está longe, não se importando com a comunidade, agitada pelas intempéries. Num momento de grande treva, porém, Cristo se faz presente de maneira inesperada e os seus tem dificuldade para reconhecê-lo.
Pedro, chamando Jesus não pelo nome, mas pelo título de Senhor, demonstra uma fé verdadeira, porém ainda vacilante. Quando sente a força do vento, começa a afundar, clamando novamente por seu Senhor.
Uma das lições que poderíamos tirar dessa página seria não dizer para Deus o tamanho de nossos problemas, que ele não pode ignorar, mas dizer para o problema como é grande o nosso Deus!
Vamos concluir orando por todos os pais:
“Ó Deus, fonte e modelo da paternidade, derramai vossa bênção amorosa sobre todos os pais, a fim de que, por seu exemplo, ajudem seus filhos a viver como bons cristãos. Por Cristo, nosso Senhor. Amém”.
Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio Calixto