Santa Clara

Santa Clara nasceu em Assis no ano 1193, no seio de uma família da nobreza italiana, muito rica. Mas sua vida mudou radicalmente: Clara foi a primeira mulher da Igreja a se entusiasmar com o ideal franciscano. 

Desde jovem adquiriu o hábito de rezar diariamente e se mortificar. Também exercitava com frequência a piedade cristã, distribuindo esmolas e atendendo com disponibilidade as pessoas necessitadas que a procuravam. Fazia isto espontaneamente, como demonstração de seu sincero e fervoroso amor a Deus. 

Aos dezenove anos de idade, fugiu de casa se apresentou na igreja de Santa Maria dos Anjos, onde era aguardada por Francisco e seus frades. Nesta noite, fez uma oração de renúncia ao mundo “por amor ao Sagrado e Santíssimo Menino Jesus”. Entregou aos frades sua veste luxuosa e vestiu uma túnica de lã, semelhante a deles, ajustada ao corpo por um cinto de corda. 

Clara viveu num mosteiro beneditino para conhecer o ritmo de uma vida comunitária. Depois, conduzida por Francisco, foi para o mosteiro de São Damião, formando com outras mulheres a ordem segunda Franciscana, depois chamadas de “Clarissas”. 

Em 1216 Clara aceitou para a sua Ordem as regras beneditinas e o título de abadessa, mas manteve o carisma franciscano. A partir de 1224, Clara adoeceu e aos poucos foi definhando. De sua cela, através de visões, acompanhou o funeral de francisco. Por essas visões que pareciam filmes projetados numa tela, Santa Clara é considerada padroeira da televisão e de todos seus profissionais. 

Clara morreu no ano de 1253 e foi proclamada santa dois anos após sua morte. 


Reflexão: Nos diz a tradição que antes de morrer Clara assim rezou: “Vai em paz minha alma, pois você tem um guia seguro que lhe mostrará o caminho, Aquele que lhe criou, santificou, amou e não cessou de vigiá-la com a ternura de uma mãe que zela pelo filho único de seu amor. Dou graças e bendigo ao Senhor porque Ele criou a minha vida”. Assim rezando partiu para o Pai. 

Oração: Creio firmemente que sabeis que o reino dos céus não é prometido e dado pelo Senhor senão aos pobres, porque, quando se ama uma coisa temporal, perde-se o fruto da caridade. Não se pode servir a Deus e às riquezas, porque ou se ama a um e se odeia às outras, ou serve-se a Deus e desprezam-se as riquezas. Não dá para ser glorioso no mundo e lá reinar com Cristo. Ajudai-nos a escolher o melhor caminho. Amém.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR


REFLEXÃO ESPIRITUAL

Santa Clara de Assis. Catequese de Bento XVI,
Audiência Geral, 15 de Setembro de 2010

Uma das Santas mais
amadas é, sem dúvida, Santa Clara de Assis, que viveu no século XIII,
contemporânea de São Francisco. O seu testemunho mostra-nos como a Igreja
inteira é devedora a mulheres intrépidas e ricas de fé como ela, capazes de dar
um impulso decisivo para a renovação da Igreja. [...]

Tendo nascido em 1193,
Clara pertencia a uma família aristocrática e rica. Renunciou à nobreza e à
riqueza para viver humilde e pobre, seguindo a forma de vida proposta por
Francisco de Assis. Embora os seus parentes, como acontecia nessa época,
começavam a programar para ela um matrimónio com uma personalidade importante,
Clara, com 18 anos de idade, com um gesto audaz inspirado pelo profundo desejo
de seguir Cristo e pela admiração que tinha por Francisco, deixou a casa
paterna e, em companhia de uma das suas amigas, Bona de Guelfuccio, uniu-se
secretamente aos frades menores na pequena igreja da Porciúncula. [...]

Tiago de Vitry tinha
reconhecido com perspicácia uma característica da espiritualidade franciscana,
à qual Clara era muito sensível: a radicalidade da pobreza, associada à
confiança total na Providência divina. Por este motivo, ela agiu com grande
determinação, obtendo da parte do Papa Gregório IX ou, provavelmente, já do
Papa Inocêncio III, o chamado Privilegium paupertatis (cf. FF,
3279). [...] A este propósito, é útil recordar que Clara foi a primeira mulher
na história da Igreja que compôs uma Regra escrita, submetida à aprovação do
Papa, para que o carisma de Francisco de Assis fosse conservado em todas as
comunidades femininas, que se iam estabelecendo em grande número já naquela
época e que desejavam inspirar-se no exemplo de Francisco e de Clara.

No convento de São
Damião, Clara praticou de maneira heróica as virtudes que deveriam distinguir
cada cristão: a humildade, o espírito de piedade e de penitência, a caridade.