PALAVRA VIVA


25º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A 

 A palavra de Deus, nesse XXV domingo, convida a reavaliarmos nosso comportamento na comunidade: qual o meu papel na vida paroquial e na Igreja como um todo? Será que estou colocando minhas capacidades a serviço dos irmãos e irmãs? Estarei contribuindo para que outras pessoas também façam parte do povo de Deus?  Isaías abre a liturgia da palavra com um convite bastante eloquente (Is 55,6-9): “Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado; invocai-o, enquanto ele está perto”.
Isto nos leva a pensar: haverá um momento em que ele não estará perto ou não poderá mais ser achado? A resposta virá com o salmo, logo a seguir.  O profeta ainda anuncia que os critérios de Deus são diferentes dos nossos, como o evangelho vai explicitar mais adiante.  “O Senhor está perto da pessoa que o invoca!” é o refrão do salmo 144, proposto para este domingo. Ele convida ao louvor de Deus, pois trata-se de um Senhor rico em misericórdia e piedade, cheio de amor, paciência e compaixão, estando sempre próximo daquele que o invoca lealmente.
Depois de acompanhar, por diversos domingos, a carta aos Romanos, abrimos hoje a sequencia de leituras tiradas da epistola aos Filipenses (Fl 1,20-27), quando o Apóstolo afirma e convida: “Para mim, o viver é Cristo! (...) Vivei à altura do Evangelho de Cristo”.  No início do evangelho (Mt 20,1-16), Jesus faz um ensinamento aos discípulos, servindo-se da parábola que ficou conhecida como a dos trabalhadores da vinha. Nessa função encontramo-nos todos nós, como aliás lembrava o Papa Bento XVI no momento de sua eleição. O dono da vinha, isto é, o próprio Senhor é quem chama todos e cada um dos trabalhadores para o serviço do Reino dos Céus. O patrão sai de madrugada para contratar empregados, repetindo a mesma ação ao longo do dia, às nove, meio dia e três da tarde, e ainda no fim do dia, quando já se avizinha o pôr-do-sol. Com todos os contratados ele combina a mesma diária, começando o pagamento na ordem inversa, ou seja, os trabalhadores da última hora são os primeiros a receber o salário. Os que trabalharam mais começam a resmungar, pois se sentem prejudicados, ao que o patrão mostra que não cometeu injustiça, pois pagou exatamente o que havia combinado.  Deus, no seu imenso amor, quer que todas as pessoas experimentem a sua misericórdia, que vai além da justiça, sem ser contrária a esta. O Reino dos Céus é para todos, por pura graça de Deus, não por mérito nosso, e é neste ponto que os critérios do Altíssimo diferem dos nossos: nós queremos dar mais a quem pensamos que fez mais, enquanto nosso Pai comum quer dar-se a si mesmo a todos. Se já caminhamos com Ele, alegremo-nos, buscando que outros também o conheçam e vivam com ele tanto quanto nós! Uma semana abençoada para todos!


Padre Célio Calixto