Palavra Viva

 Nossa Senhora Aparecida (28º Domingo)

        Celebramos no dia 12 de outubro a Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil. Esta devoção originou-se em Guaratinguetá/SP em 1717, quando uma imagem em terracota da Imaculada Conceição “apareceu” na rede de três pescadores: Felipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves. Com a ocorrência de milagres, a afluência de fiéis cresceu enormemente, a ponto de se construírem templos cada vez maiores, até chegar à atual Basílica, dedicada pelo Papa João Paulo II e visitada pelo Papa Bento XVI em 2007 e pelo Papa Francisco em 2013.

           As leituras deste dia festivo mostram alguns elementos referentes à presença e à missão da Mãe de Deus na história da salvação. Primeiramente o livro de Ester (Est 5,1-2; 7,2-3), em que a rainha, dirigindo-se ao rei em vestes vistosas, intercede pela vida de seu povo. O soberano, encantado com sua beleza, olha para ela com agrado e atende o seu pedido. Também a mãe de nosso Senhor, revestida da graça, pede insistentemente a Deus pela vida de seus filhos e é continuamente atendida. Ela é a porta da vida!
            O salmo 44 é um canto de núpcias, exaltando a beleza da noiva, que se dirige aos esponsais, acompanhada de suas amigas, feliz por fazer a vontade do Senhor.
            São João no Apocalipse (Ap 12,1-16), usando a linguagem simbólica da mulher vestida de sol, conta as lutas da Igreja, povo de Deus. Esta passagem também pode ser entendida como uma referência a Maria, cujo filho é perseguido pelo dragão, sendo socorrida e guardada com carinho pelo próprio Deus.
            No evangelho (Jo 2,1-11) é narrado o primeiro e fundamental sinal (milagre) do Evangelho segundo João, princípio e modelo dos outros sinais, que ocorreu justamente numa festa de casamento e em presença da mãe de Jesus. Atenta às necessidades dos participantes da festa, cujo vinho havia se acabado (ninguém comemora com água!), Maria comunica a seu filho o acontecido, ao que ele responde: “minha hora ainda não chegou”. Talvez pressentindo que ele poderia “abrir uma exceção”, ela diz aos serviçais: “fazei o que ele vos disser”. Como houvesse seis talhas de água para as purificações rituais dos judeus, Jesus ordenou que as enchessem de água, o que foi cumprido diligentemente. Quando, seguindo mais uma vez o mandato do mestre, a água foi levada ao responsável pelas bebidas da festa, ele experimentou e ela se tinha transformado em vinho de qualidade superior!
            Chama a atenção a grande quantidade deste vinho novo e melhor, que toma o lugar das águas destinadas ao cumprimento dos antigos preceitos. Jesus manifesta sua glória, diante do pedido de sua mãe, e seus discípulos acreditam nele. Maria torna-se assim a porta da fé! Que ela interceda pela nossa fé e pela vida de cada um de nós!


Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio Calixto