PALAVRA VIVA

30º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A


            O livro do Êxodo (Ex 22,20-26) abre a liturgia da palavra deste domingo, trazendo alguns preceitos para a boa convivência fraterna. O Senhor lembra o carinho para com o seu povo, quando este era estrangeiro, exortando a tratar do mesmo modo os que não pertencem à nação israelita. Também a viúva e o órfão estão entre os preferidos de Deus, merecendo toda caridosa atenção, para que o mesmo não aconteça com as mulheres e crianças de Israel. Na verdade, este modo de falar não constitui uma ameaça, antes, trata-se de um convite a voltar-se para as próprias entranhas, descobrindo aí um “DNA” semelhante ao do pai do céu, rico em ternura e misericórdia: “se clamar por mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso”.
            O salmo responsorial (Sl 17) pertence ao grupo dos salmos de ação de graças, louvando o Senhor, rochedo que abriga, escudo que protege e esperança de seu povo: “eu vos amo, ó Senhor, sois minha força e salvação”.

           Continuando a leitura da I Carta aos Tessalonicenses, iniciada no último domingo, no trecho de hoje (1Ts 1,5-10) o Apóstolo convida a um bom procedimento dos fiéis em Cristo, servos do “Deus vivo e verdadeiro”, como demonstração de bom acolhimento da Palavra, apesar das tribulações. Desta forma, a Palavra mesma crescerá e se espalhará por outros povos, fazendo deles novos discípulos-missionários.
            Jesus, no Evangelho (Mt 22,34-40), é confrontado com a pergunta sobre qual seria o maior mandamento da Lei de Deus. A resposta surpreende seus interlocutores, pois ele afirma que o maior mandamento na verdade são dois preceitos inseparáveis (“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” e “amarás ao próximo como a ti mesmo”) que, de certa maneira, formam uma síntese de toda a Sagrada Escritura. Como o apóstolo João afirma em uma de suas cartas, “quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,20), ou seja, a maneira de demonstrar que amamos a Deus é pelo amor que dedicamos às pessoas que ele coloca ao nosso lado.
            Peçamos ao bom Deus que o Espírito Santo, amor de Deus copiosamente derramado em nosso coração, nos inspire gestos e palavras de acolhimento e amor, que se tornarão nossa oferenda de louvor ao Deus que nos amou primeiro.
            Concluamos com a oração que nos acompanhará durante toda esta semana: “Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis”.
            Uma semana abençoada para todos!

Padre Célio calixto