Finados (31º Domingo)
A Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos ou Dia de Finados coincide, neste ano de 2014, com o 31º Domingo do Tempo Comum, substituindo as leituras e orações desta celebração. Assim, temos a 1ª leitura tirada do livro da Sabedoria (Sb 4,7-15), convidando-nos a viver uma vida sensata e sem mancha, mesmo quando não é longa. Na verdade, segundo o autor desta página sagrada, o Senhor se apressa em tirar deste mundo aquele cuja alma lhe agrada, porque “a graça e a misericórdia são para seus eleitos”.
O salmo responsorial (Sl 129) expressa de modo confiante a esperança do fiel em seu Deus, clamando das profundezas pelo auxílio divino. Ele sabe que no Senhor se encontra o perdão, por isso espera em sua misericórdia: “confia minha alma no Senhor, nele está minha esperança”.
Na 2ª leitura, tirada da carta aos Romanos (Rm 8,14-23), o Apóstolo diz que “os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós”, convidando-nos a que nos deixemos conduzir pelo Espírito de Deus ao encontro do Pai do céu.
O evangelho reproduz um trecho do discurso de despedida de Jesus aos discípulos na última ceia (Jo 14,1-6): “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Aqui reside a nossa esperança, exatamente na certeza de que o Senhor espera por nós e ele mesmo nos mostra o caminho a seguir. Como afirma o prefácio desta missa: “Ele é a salvação do mundo. Ele é a vida dos homens e das mulheres. Ele é a ressurreição dos mortos”.
Rezar pelos falecidos é celebrar a vida e não a morte, pois a fé e a esperança na ressurreição são companheiras inseparáveis: a fé fundamenta a esperança, a esperança alimenta afé; a fé transforma a esperança em certeza, a esperança torna a fé viva. Além da fé, a esperança também é fonte inesgotável para o amor-caridade, que se doa e se entrega na partilha. A maior prova de amor foi dada pelo Cristo na cruz, e antecipada no sinal sacramental da ceia eucarística: num momento extremo de sua existência ele não fugiu nem se escondeu, mas partilhou com os seus sua agonia. Cada vez que se faz memória deste gesto pela celebração da missa, se atualiza a redenção, que aponta para nosso destino final que é o céu.
Podemos rezar muitas vezes a oração inicial desta missa: “Ó Deus, escutai com bondade as nossas preces e aumentai a nossa fé no Cristo ressuscitado, para que seja mais viva a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas”.
Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio Calixto