PALAVRA VIVA

       
     
33º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A

Nesta penúltima semana do ano litúrgico o Senhor quer nos fazer crescer na confiança em seu amor e em sua misericórdia, que sempre estão conosco.
A primeira leitura, tirada do livro dos Provérbios (Pr 31,10-31), faz o elogio da mulher virtuosa, que trabalha com eficiência. Seu esposo tem plena confiança nela, pois a beleza interior permanece para sempre como o mais belo ornamento de sua vida: “o encanto é enganador e a beleza é passageira; a mulher que teme ao Senhor, essa sim, merece louvor”. 

Agrada pensar que essa mulher pode ser a Igreja, esposa de Cristo, e que todos nós somos chamados a nos empenhar pelo Reino, com a graça de Deus a nosso favor.
O salmo 127 reafirma que a felicidade e a bênção caminham ao lado do temor de Deus. Isso se concretiza no empenhar-se com dedicação nas tarefas diárias, com os dons recebidos de Deus, confiando em sua assistência: “feliz és tu se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem! Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida”.
Em sua 1ª Carta aos Tessalonicenses (1Ts 5,1-6), São Paulo insiste na confiança diante da expectativa pela proximidade do dia do Senhor. Na verdade, ninguém sabe quando chegará o momento. O que se pode fazer é cultivar a sobriedade e a vigilância, vivendo no mundo de modo digno da vocação cristã: “vós, meus irmãos não estais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas”.
O evangelho contém a chamada parábola dos talentos (Mt 25,14-30), em que um homem, ao empreender uma longa viagem, confia a seus servos a administração de seus bens, de acordo com a capacidade de cada um. Cabe a eles vencer o medo e a preguiça, colocando mãos à obra para manter e até mesmo aumentar o patrimônio do qual estão tomando conta.
O primeiro empregado da parábola, que havia recebido cinco talentos lucra outros cinco, merecendo ouvir do patrão: “muito bem, servo bom e fiel! Vem participar da minha alegria!”. De modo semelhante o que havia recebido dois lucrou outros dois, recebendo o mesmo elogio. O último, porém, que recebeu apenas um talento, acabou por enterrar o que lhe foi confiado. Ele se excluiu do banquete celestial ao não confiar em suas próprias capacidades, pensando que seria mais seguro não correr o risco de falhar. 
O medo paralisa nossos dons, mas não podemos esquecer que eles são para a comunidade, e não destinados à esterilidade. Que o Espírito Santo nos ilumine e fortaleça em nosso empenho pelo Reino de Deus.
Uma semana abençoada para todos!



PADRE CÉLIO CALIXTO