4º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B


           A oração que vai nos inspirar nesta semana é: “Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todas as pessoas com verdadeira caridade”.

                 A palavra de Deus que é proclamada neste 4º Domingo do Tempo Comum começa com o livro do Deuteronômio (Dt 18,15-20), quando Moisés anuncia ao povo de Israel que Deus fará surgir, do meio do povo, um profeta, a quem os israelitas deverão escutar e seguir: “Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar”. O profeta, portanto, fala as palavras de Deus em nome do próprio Deus, por isso deverá ser obedecido pelo povo. Deve anunciar com fidelidade, e com fidelidade também ser ouvido. Importante perceber a intimidade entre Deus e seu profeta: assim como Moisés falava com Deus face a face, como a um amigo, assim também o profeta prometido conhecerá e será conhecido, no mais profundo de seu ser, pelo Senhor Deus.

                O salmo 94 tem como refrão o convite: “Não fecheis o coração, ouví hoje a voz de Deus!”. Este salmo, chamado “Invitatório”, com o qual a Igreja desperta a cada dia, é todo ele um convite ao louvor. Reconhecendo as obras grandiosas do Deus-Pastor em favor de seu povo e seguindo seus preceitos, somos exortados a não repetir a incredulidade de nossos pais na fé, que disputaram com Deus no deserto de Massa e Meriba: “Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o rochedo que nos salva! Ao seu encontro caminhemos com louvores, e com cantos de alegria o celebremos!”.

              A passagem da I Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 7,32-35) tem como tema central a “disponibilidade”, fundamento da virgindade consagrada e do celibato pelo Reino de Deus. Não é que o Apóstolo despreze o matrimônio, mas ele observa que a pessoa casada está dividida entre as obrigações familiares e a solicitude pelas coisas do Senhor: “Digo isto para o vosso próprio bem e não para vos armar um laço. O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações”. Esse texto, importante para a compreensão da vocação religiosa, motiva as pessoas consagradas à imitação do Cristo (ele mesmo celibatário), ao serviço dos irmãos e irmãs na comunidade eclesial e à vivência antecipada do céu, onde não haverá mais matrimônio.

              O evangelho (Mc 1,21-28), por fim, mostra Jesus como o profeta esperado, cuja fama vai crescendo a cada dia: “Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei”. Estes falavam de um conhecimento “livresco” e “fora de si”; Jesus, ao contrário, fala a partir de si mesmo e de sua intimidade com o Pai. Mais ainda, ele devolve à palavra “autoridade” seu sentido original que é “aquele que faz o outro crescer”, e não vivia o autoritarismo opressor dos escribas.

       Que a palavra do Senhor no ilumine e nos motive!

        Uma semana abençoada para todos!

        Padre Célio Calixto 

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