PALAVRA VIVA

 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B

Esta 5ª semana do Tempo Comum começa com o Livro de Jó (Jó 7,1-7), chamado por alguns o “justo sofredor” ou “o que sofre com paciência”, que diz: “tive por ganho meses de decepção, e couberam-me noites de sofrimento”. Se tivermos oportunidade de ler todo o livro, vamos perceber que nem sempre ele sofre calado e com paciência, mas questiona a Deus, querendo saber as causas de sua situação deplorável. Também a esposa e os amigos não conseguem ajudar nem explicar, até que o próprio Deus intervém, e Jó percebe que não lhe cabe entender, mas permanecer fiel ao Senhor.

“Louvai a Deus, porque ele é bom e conforta os corações” é o refrão proposto para o salmo 146. Este poema cúltico exalta a grandeza e o poder do Senhor, que conhece as estrelas pelo nome, ampara os humildes, reúne os dispersos e dá força aos debilitados. Só ele pode ser a razão de nossa existência, a plenitude de nossa vida, e é em nome dele que queremos anunciar a esperança de dias melhores.

O Apóstolo reconhece que evangelizar não é nada além de uma obrigação, ou seja, é fazer aquilo para o qual fomos feitos, é sermos fiéis à nossa identidade: “Em que consiste então o meu salário? Em pregar o evangelho”. Ele nos convida à humildade, reconhecendo (como Jó na primeira leitura) nossa finitude, que permite a ação do Deus infinito (“com os fracos, eu me fiz fraco”), e conclui: “Com todos, eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do evangelho eu faço tudo, para ter parte nele”.

O texto evangélico deste domingo (Mc 1,29-39) descreve um dia típico do ministério inicial de Jesus em Cafarnaum. Depois da habitual pregação na sinagoga, ele é conduzido à casa dos irmãos André e Simão, cuja sogra está enferma. O evangelista usa, então, três verbos para descrever a ação eficaz de Jesus, realizada aparentemente em silêncio: aproximou-se, segurou sua mão, ajudou-a a levantar-se. Imediatamente ela começa a servi-los!

Num segundo momento, ao cair da tarde, “a cidade inteira” se coloca diante da casa onde Jesus se encontra, esperando que ele cure os enfermos, o que faz com toda a dedicação. Deve ter descansado um pouco para repor as energias, mas logo surge a terceira parte da narrativa, em que ele é encontrado pelos companheiros, orando a sós num lugar afastado, no início de um novo dia. Ele explica: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”.

A Oração Eucarística VI-D (“Jesus que passa fazendo o bem”) resume magistralmente a vocação de Jesus e a nossa, à qual queremos corresponder, com a graça de Deus: “Dai-nos olhos para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs; inspirai-nos palavras e ações para confortar os desanimados e oprimidos; fazei que, a exemplo de Cristo, e seguindo o seu mandamento, nos empenhemos lealmente no serviço a eles”.

Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio Calixto 

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