DOMINGO DE RAMOS – ANO B



         Com o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor tem início a Semana Santa, a mais importante do ano, para nós cristãos. O texto introdutório da missa diz: “Para realizar o mistério de sua morte e ressurreição, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Celebrando com fé e piedade a memória desta entrada, sigamos os passos de nosso Salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressurreição e de sua vida”. 


         Repetindo o gesto do povo de Jerusalém, iniciamos a celebração cantando e aclamando: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mc 11,9s). É verdade que as mesmas pessoas gritaram mais tarde: “Crucifica-o!” (Mc 15,13). Que nos deixemos converter ao amor do Senhor, para trabalhar sempre com ele – e não somente para ele e muito menos contra ele – para o bem de nossos irmãos e irmãs.

         Na primeira leitura é proclamado o Primeiro Canto do Servo de YHWH (Is 50,4-7), que se entrega em sacrifício, em favor de seu povo: “O Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado”. 

         Com o salmo 21, respondemos: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”. A oração começa num quase desespero, mas no fim, se abre para a esperança da salvação que vem de Deus: “Anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos!”.

         O belíssimo hino cristológico da Carta aos Filipenses (Fl 2,6-11) é lido na segunda leitura, mostrando o esvaziamento do Filho de Deus, obediente até a morte de cruz: “Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor”, para a glória de Deus Pai”. 

         A narrativa da Paixão (Mc 14,1-15,47) começa com o relato da mulher que se aproxima de Jesus, durante uma refeição, com um vaso de alabastro cheio de perfume de nardo puro, caríssimo! Ela quebra o vaso e derrama todo o conteúdo na cabeça de Jesus, preparando-o para a sepultura. É um belo exemplo de dedicação ao Senhor, não economizando nada quando se trata de serví-lo! 

         Na ceia, preparada nos mínimos detalhes pelos discípulos, Cristo se entrega a eles no vinho e no pão, antecipando aquilo que acontecerá no dia seguinte, na cruz. Em seguida, vão todos juntos para o monte das Oliveiras, onde o Filho de Deus reza ao Pai, abandonando-se inteiramente em suas mãos, para nos salvar. Segue-se a prisão e a flagelação; depois da crucificação, um oficial do exército proclama: “Na verdade, este homem era Filho de Deus!”.

          Que a cruz seja sempre um sinal do amor infinito de Deus por nós, maior que todo sofrimento. Uma semana abençoada para todos!

Padre Célio Calixto

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