15º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B


            “Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar a vossa glória” (Sl 16,15)
            A palavra de Deus que é proclamada na celebração litúrgica nos convoca, por sua força própria, a anunciar aquilo que recebemos, depois de deixá-lo ressoar em nosso coração. É a atitude do discípulo que, por essência, é também um missionário.
            O profeta Amós, cuja vocação é narrada na primeira leitura (Am 7,12-15), enfrentou muitas resistências, internas e externas, à sua missão. Talvez preferisse continuar guardando rebanhos e cultivando sicômoros a profetizar “profissionalmente”, mas o chamado de Deus é irresistível: “o Senhor me disse: ‘Vai profetizar para Israel, meu povo’”.
            Sempre atentos à palavra de Deus, queremos ouvir o que ele nos fala, e são palavras de paz e salvação! Assim nos diz o Salmo 84, que utiliza a belíssima imagem de uma estrada, onde somos conduzidos pela justiça, contemplando o encontro da verdade com o amor. Diante desse panorama tão arrebatador, só podemos exclamar: “Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!”.
            Concluída a sequência da Segunda Carta aos Coríntios, acompanharemos, a partir deste domingo, a proclamação da Carta aos Efésios (Ef 1,3-14), que começa com bênçãos em profusão: “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu. Ele nos fez conhecer o mistério da sua vontade, que de antemão determinou, para levar à plenitude o tempo estabelecido e recapitular em Cristo o universo inteiro”.
            Os doze são chamados e enviados, dois a dois por Jesus, no Evangelho (Mc 6,7-13): devem andar despojados, desprovidos de todo excesso, para que a palavra alcance sua plena eficácia, sem acessórios desnecessários. O mandato do Senhor é: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!”.
            A nossa relação com Jesus se dá nos dois níveis, pessoal e eclesial. A opção do Senhor, de chamar e enviar dois a dois, vem nos lembrar que é impossível ser cristão sozinho ou, como dizia São Gregório Magno: “como são dois os preceitos da caridade, Cristo envia os apóstolos em duplas, para que possam testemunhar em verdade o amor a Deus e ao próximo”.
            Que nós também possamos, por graça de Deus, crescer na intimidade com o Senhor, testemunhando verdadeiramente a caridade fraterna.

Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio Calixto

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