29º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B

        

            “Clamo por vós, ó Deus, porque me atendestes; inclinai para mim vosso ouvido, e escutai minhas palavras. Guardai-me como a pupila dos olhos, e abrigai-me à sombra das vossas asas” (cf. Sl 16,6.8)

            Com esta súplica cheia de sentimento, iniciamos a celebração do XXIX Domingo do Tempo Comum, no qual comemoramos o Dia Mundial das Missões. Que através de nosso culto dominical, possamos confiar sempre mais em nosso bom e querido Deus, vivendo seus preceitos em nosso cotidiano, e anunciando seu amor e sua bondade até os confins da terra.
            O Profeta Isaías apresenta, no IV Canto do Servo de Deus (Is 53,10-11), aquele personagem misterioso, cuja missão foi levada a efeito em plenitude por Jesus Cristo, que se ofereceu em expiação pelos pecados do povo: “Meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si”.
            O Salmo 32, louvando a Providência de Deus, admira-se com as obras do Senhor na criação, cantando a bondade divina manifestada em sua criatura mais excelente, a pessoa humana: “Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos”.
            Na Carta aos Hebreus, o autor sagrado destaca o papel de mediador de Jesus Cristo, ao oferecer-se a Deus-Pai em nosso lugar, como nosso sumo pontífice. Ele se compadece de nossas fraquezas, ao subir até o Calvário, transformando a cruz, de instrumento de martírio em sinal do amor maior, que se sacrifica por seus amados: “Aproximemo-nos, pois, com toda a confiança, do trono da graça, para que possamos conseguir misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no tempo oportuno”.
            A narrativa do Evangelho segundo Marcos (Mc 10,35-45) atinge um ponto crucial: depois de anunciar a proximidade de sua Paixão e perceber que, diante da radicalidade da missão, nem todos estão dispostos a continuar, Jesus encontra, mesmo entre os discípulos mais próximos, a presença de ambições humanas profundamente arraigadas. Ensina, então, que a vivência da palavra de Deus não é o desempenho de um cargo político ou uma função de glória e poder, mas o esvaziamento da cruz, o serviço humilde e desinteressado aos mais simples e pequenos: “Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”.


Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio Calixto

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