“Por Cristo, realiza-se hoje
o maravilhoso encontro que nos dá vida nova em plenitude. No momento
em que o Filho de Deus assume nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma
incomparável dignidade: ao tornar-se ele um de nós, nós
nos tornamos eternos”.
Essas palavras do 3° Prefácio do Natal nos inserem no mistério que estamos
celebrando: a Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, que devido à
sua grande importância, se prolonga por oito dias. O domingo dentro desta
oitava é dedicado à Sagrada Família: Jesus, Maria e José.
A primeira leitura é do livro do
Eclesiástico (Eclo 3,3-17), também conhecido como Sirácida. Trata-se de um
comentário ao 4° mandamento (“honrar pai e mãe”), exortando à harmonia
nas relações familiares, sustentadas pela fé em Deus: “Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e
será ouvido na oração cotidiana”.
O salmo 127 expressa de forma
simples e bela o convívio familiar, valendo-se de imagens conhecidas do
ambiente rural bíblico (“A tua esposa é
uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de
oliveira ao redor de tua mesa”), cadenciadas pelo refrão: “Felizes os que temem o Senhor e trilham
seus caminhos!”. Assim como na primeira leitura, somos convidados a ver o
mundo com o olhar da fé: as situações que nos rodeiam não explicam toda a
realidade, mas a mão segura e providente de um Deus, que aprendemos a chamar de
Pai, guia o nosso caminhar!
No mesmo espírito de fé da primeira
leitura, são Paulo dirige-se aos Colossenses e a cada um de nós (Cl 3,12-21)
lembrando que o amor de Deus nos elegeu, e a melhor maneira de viver essa
eleição é o perene louvor: “Tudo o que
fizerdes, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele daí graças a
Deus, o Pai”. Essa atitude expressa bem a atmosfera vivida no lar de
Nazaré, caracterizada pela oração de louvor e ação de graças conhecida como berakah.
Mais do que uma prece, ela se constitui num modus vivendi e numa atitude de estupor
que o homem experimenta diante de Deus e de suas maravilhas realizadas no
mundo. Essa postura caracteriza a espiritualidade judaica, tanto a nível
comunitário como individual, e é uma boa escola também para a nossa
espiritualidade.
A cena de Jesus perdido e achado no
Templo aos 12 anos (Lc 2,41-52) mostra o cotidiano da Sagrada Família de
Nazaré: a observância da Lei, a meditação da Palavra, o respeito e a mutual
obediência.
Concluamos,
orando por nossas famílias: “Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada
Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas
virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às
alegrias da vossa casa”.
Uma semana abençoada para todos!
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