“Salvai-nos,
Senhor nosso Deus, reuni vossos filhos dispersos pelo mundo, para que
celebremos o vosso santo nome e nos gloriemos em vosso louvor” (Sl 105,47)
A vocação profética está no foco da
liturgia da palavra deste domingo, que abre com o livro de Jeremias (Jr
1,4-19), chamado desde muito cedo para anunciar a vontade de Deus aos reis de
Judá e ao povo da terra: “Antes de
formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe,
eu te consagrei e te fiz profeta das nações”.
No Salmo 70 podemos perceber a
alegria de anunciar a palavra do Senhor, mesmo em meio a grandes tribulações: “Porque sois, ó Senhor Deus, minha
esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes
que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo”.
O conhecido hino paulino à caridade
(1Cor 12,31-13,13) é proclamado como segunda leitura, mostrando que qualquer
vocação só pode ser compreendida como um chamado que provém do amor de Deus,
para anunciar esse mesmo amor à humanidade. O Apóstolo enumera algumas
características dessa virtude, que é um dom a ser pedido e também, no dizer de
Santa Teresinha, “não um sentimento, mas uma decisão”: “A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não
se ensoberbece; não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se
encoleriza, não guarda rancor; não se alegra com a iniquidade, mas se regozija
com a verdade. Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo. A caridade
não acabará nunca”.
Continuando a cena do último
domingo, Jesus proclama a palavra na sinagoga de Nazaré (Lc 4,21-30). Acolhido
inicialmente com entusiasmo, enfrenta em seguida uma onda de rejeição, a ponto
de o quererem lançar no precipício: “Jesus,
porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho”.
Também nós enfrentaremos muitas
vezes a oposição, mesmo dentro de nossa própria casa. Confiando no chamado
amoroso de Deus, possamos continuar anunciando sua misericórdia, apesar das
dificuldades.
Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio
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