A Festa do Batismo do Senhor marca o
encerramento do ciclo do Natal e ao mesmo tempo o início do Tempo Comum, com a
inauguração do ministério público de Jesus, fonte da nossa vocação cristã.
O profeta Isaías apresenta o
primeiro dos quatro cantos do Servo do Senhor (Is 42,1-7), no qual é narrada a
vocação deste eleito de Deus, chamado a promover o julgamento das nações, estabelecendo
a justiça até os confins da terra. Ele será “centro de aliança do povo, luz das
nações”. Seu modo de ser e de agir é caracterizado pela mansidão: “ele não
clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. Não quebra uma cana
rachada nem apaga um pavio que ainda fumega”, ao mesmo tempo em que “não
esmorecerá nem se deixará abater”, por isso o Senhor o escolheu, para libertar
a todos das trevas e da prisão do pecado.
No salmo responsorial (Sl 28)
aparece, como no início da criação do mundo, a voz poderosa de Deus ressoando
sobre as águas. Os fenômenos naturais, como trovões e dilúvios, demonstram a
grande glória do Altíssimo, que não esmaga a fragilidade de sua obra, mas a
reveste com sua graça: “que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!”.
O discurso de Pedro, no livro dos
Atos dos Apóstolos (At 10,34-38), faz um resumo da vida pública de Jesus, desde
o batismo até a paixão: “Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a
todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele”. O
apóstolo indica que o mesmo Deus que estava com o Cristo, estará também com os
seus discípulos, pois “ele não faz distinção entre as pessoas”, mas “aceita
quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença”.
Esta é nossa esperança, sermos adotados como filhos por Deus pelo batismo,
continuando assim a missão de Jesus.
O evangelho narrado por Lucas (Lc 3,15-22)
apresenta João Batista anunciando a chegada de alguém “mais forte”, de quem não
se considera digno nem de desamarrar as sandálias, e que batizará, não com
água, mas no Espírito Santo e no fogo. Em seguida, Jesus é batizado e, em
oração, “provoca” a abertura do céu. O Espírito desce sobre ele e ressoa a voz
do Pai: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer”.
Assim como o Cristo, nós também
somos ungidos “com o óleo da alegria” e enviados “para evangelizar os pobres”
(Prefácio), e queremos “perseverar no amor de Deus” (cf. oração coleta). No dia
do nosso batismo, de certa forma o céu também se abriu sobre nós, e o Espírito
Santo, que já estava acostumado a conviver com os homens por habitar em Jesus,
mantém os céus abertos sobre nós cada vez que lhe somos sensíveis.
Concluamos com a oração depois da
comunhão: “Nutridos pelo vosso sacramento, dai-nos, ó Pai, a graça de ouvir
fielmente o vosso Filho amado, para que, chamados filhos de Deus, nós o sejamos
de fato”. Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio
Amém. _/|\_
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