No Domingo da oitava da Páscoa, também
chamado da Divina Misericórdia, pedimos a Deus a graça de compreender melhor “o batismo que nos lavou, o espírito que
nos deu nova vida, e o sangue que nos redimiu”.
A liturgia da palavra continua
acompanhando os passos da primitiva comunidade cristã de Jerusalém (At
5,12-16), belo espelho para nossas paróquias e movimentos hodiernos: “Todos os fiéis se reuniam, com muita
união; era uma multidão de homens e mulheres”.
O salmo 117, tipicamente pascal,
proclama as maravilhas da destra do Altíssimo em favor de seu servo,
severamente provado, mas não abandonado às mãos da morte. Na segunda estrofe, o
salmista canta: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele
exultemos!”, ao que a assembleia responde: “Dai
graças ao Senhor, porque ele é bom; eterna é a sua misericórdia!”.
O livro do Apocalipse vai acompanhar
nossa vivência pascal ao longo dos domingos deste ano como segunda leitura (Ap
1,9-19). O autor narra a caminhada da Igreja para a nova Jerusalém, enfrentando
inúmeras dificuldades, sem jamais perder a esperança de participar do triunfo
de Cristo: “Não tenhas medo. Eu sou o
Primeiro e o Último, aquele que vive. Estive morto, mas agora estou vivo para
sempre”.
O evangelho (Jo 20,19-31) pode ser
dividido em duas partes, cada uma delas narrando uma aparição do Ressuscitado,
sem e com a presença de Tomé. A primeira delas, no dia mesmo da Páscoa, quando
Jesus dá seus primeiros “presentes” pascais: a paz, a alegria e o Espírito
Santo para o perdão dos pecados.
Tomé, ausente da comunidade, tem
dificuldade para acreditar no testemunho dos irmãos. Oito dias depois, ele está
reunido com os demais e Jesus se faz presente mais uma vez, ao que Tomé
exclama: “Meu Senhor e meu Deus!” e
merece ouvir de Jesus a bem-aventurança:
“Felizes os que creram sem terem visto!”.
Vemos que o questionamento de Tomé foi
proveitoso para nós, que desejamos aquilo que o evangelista escreveu na
conclusão de seu livro: “Jesus realizou
muitos outros sinais. Estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome”.
Que a vivência da cinquentena pascal
possa iluminar todo o nosso ano, assim como o domingo dá sentido aos dias
feriais.
Uma
semana abençoada para todos!
Padre Célio
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