
“Deus
habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele que dá força e
poder a seu povo” (Sl 67,6-7.36)
Assim como no último domingo, também
neste a liturgia da palavra começa com Abraão (Gn 18,20-32), não mais exercendo
sua hospitalidade, mas orando, na presença do Senhor. Ele intercede em favor de
Sodoma e Gomorra, cujo pecado agravou-se em demasia. Deus parece estar decidido
a exterminar completamente os habitantes daquela região, por causa de seu mau
procedimento, mas diante do pedido insistente de Abraão, muda de ideia e não o
faz.
O Salmo 137 agradece a Deus, que
atende a oração do fiel, como diz o refrão: “Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!”. O
Altíssimo está mais próximo do humilde que do altivo, acolhendo sua súplica nas
situações de perigo, e levando-o à perseverança, como mostra o surpreendente
final: “Completai em mim a obra
começada; ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Eu vos peço: não deixeis inacabada
esta obra que fizeram vossas mãos!”.
Continuando a Carta aos Colossenses
(Cl 2,12-14), são Paulo lembra a mudança extraordinária que Cristo, com sua
obra de redenção, realiza em nós. Com ele sepultados no batismo, fomos
ressuscitados pela fé no poder de Deus; mortos pelos pecados, fomos trazidos
para a vida, através do perdão: “Existia
contra nós uma conta a ser paga, mas ele a cancelou, apesar das obrigações
legais, e a eliminou, pregando-a na cruz”.
No evangelho (Lc 11,1-13), temos uma
grande catequese sobre a oração, começando com a prece que o próprio Senhor Jesus
ensina, o Pai Nosso. A parábola do amigo importuno, sobre a eficácia da oração,
incentiva a não desistir, mesmo quando aparentemente não somos atendidos: “Pedi e recebereis; procurai e
encontrareis; batei e vos será aberto. Pois quem pede, recebe; quem procura,
encontra; e, para quem bate, se abrirá”.
Por fim, um ensino sobre o conteúdo
da oração. Deus, sendo Pai, sabe do que precisamos, mas quer ouvir, de nossa própria
boca, as nossas intenções. Qual o bem maior que podemos pedir, se não o
Espírito Santo, que é derramado continuamente sobre nós?
O Prefácio Comum IV, chamado “O louvor, dom de Deus”, também diz algo
muito importante sobre esta modalidade de oração, a menos “interesseira” de
todas: “Senhor, Pai santo, Deus eterno e
todo-poderoso, ainda que nossos louvores não vos sejam necessários, vós nos
concedeis o dom de vos louvar. Eles nada acrescentam ao que sois, mas nos
aproximam de vós, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso”.
Uma
semana abençoada para todos!
Padre Célio
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