
A Solenidade da Assunção de Nossa
Senhora, transferida do dia 15, é uma das festas mais antigas e importantes da
Virgem, chamada “Dormição” ou Páscoa de Maria, e também Nossa Senhora da
Glória. Embora a definição dogmática tenha acontecido somente em 1950, no
pontificado de Pio XII, a comemoração já era conhecida e celebrada, tanto no
oriente quanto no ocidente, desde o século V. O Concílio Vaticano II, retomando
os textos do Papa Pio XII, afirma que a “Imaculada
Virgem, terminado o curso de sua vida terrestre, foi assunta (assumida) em
corpo e alma à glória celeste, exaltada pelo Senhor como Rainha do universo”
(LG 59). Mesmo não havendo uma menção explícita das escrituras acerca desta
verdade de fé, os textos da missa ajudam a adentrar esse mistério.
A primeira leitura (Ap 12, 1-10)
apresenta o sinal da “mulher vestida de
sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas”.
Esta personagem é, em primeiro lugar, figura da Igreja, perseguida pelo Dragão,
símbolo das forças do mal. A mulher “deu
à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações”, por
conseguinte, ela é figura também de Maria, mãe do Senhor.
O salmo responsorial (44),
originalmente composto para as núpcias reais, elogia a Rainha, vestida “com veste esplendente de ouro de Ofir”.
O Rei se encanta com sua beleza e a prefere entre todas, mas continua sendo seu
Senhor, o que nos convida a honrá-la, por sua entrega ao plano de Deus.
Na segunda leitura (1Cor 15, 20-27)
temos uma reflexão sobre o mistério da ressurreição de Cristo, prenúncio da
nossa: “o último inimigo a ser destruído
é a morte; com efeito, Deus pôs tudo debaixo de seus pés.” Em Maria, por
uma graça singular de seu amor, o Altíssimo antecipou essa realidade,
preservando-a da corrupção da morte.
Com alegria acolhemos o Evangelho
(Lc 1,39-56) em que Maria, logo depois do anúncio do Arcanjo, parte
apressadamente para a região montanhosa ao encontro de Isabel. Assim que elas
se cumprimentam, certamente com o tradicional “shalom!”, João dança de alegria
estando ainda no ventre de sua mãe, ao pressentir a chegada de alguém
importante. Por sua vez Isabel, contagiada pelo júbilo de seu filho, exalta “aquela que acreditou”, proclamando-a
bendita entre todas as mulheres! Maria, então, prorrompe num grande cântico de
louvor, o Magnificat, no qual
engrandece o Senhor e se alegra em Deus-Salvador, o Todo-poderoso, que fez
grandes coisas em seu favor e em favor de toda a humanidade!
Adoremos o Cristo e louvemos sua
Mãe, elevada aos céus, pois ela é “aurora
e esplendor da Igreja triunfante, consolo e esperança para o povo ainda em
caminho” (Prefacio da Solenidade da Assunção).
Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio
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