24º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

         

            Neste domingo as leituras começam com o Livro do Êxodo (Ex 32,7-14), quando o Senhor, notando que o seu povo se desviara do caminho, como que “pede permissão” a Moisés para exterminá-lo. O profeta, solidário com sua gente, pede que Deus se lembre da Aliança feita com os patriarcas e mude de ideia: “E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer ao seu povo”.
            Segue-se o salmo penitencial mais famoso (Sl 50), no qual reconhecemos o amor infinito de nosso Deus, que deseja mudar-nos para a melhor: “Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa! Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido”.
            Também o apóstolo São Paulo, em sua primeira Carta a Timóteo (1Tm 1,12-17), louva a imensa misericórdia de Deus, que experimentou em sua própria vida: “Encontrei misericórdia, porque agia com a ignorância de quem não tem fé. Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles!”.
            O Evangelho é bastante longo, porque apresenta, no capítulo 15 de São Lucas, as chamadas “Parábolas da Divina Misericórdia”: a da ovelha perdida, a da moeda perdida e a do filho perdido e reencontrado. Os publicanos e pecadores aproximam-se de Jesus, que por isso é criticado pelos fariseus e os mestres da Lei. Resolve, então, contar-lhes estas três parábolas, acrescentando: “Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”.
            A bem conhecida parábola do Filho Pródigo, talvez a mais bela de toda a Escritura, é o ponto alto da liturgia da palavra neste domingo. Deus, nosso pai do céu, em sua grande misericórdia espera ansioso e quer comemorar com alegria a nossa volta: “Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho, e colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado!”.
            Sempre podemos nos reconhecer nesse texto, seja como o filho mais novo, que precisa voltar; seja como o mais velho, com o coração fechado ao amor. A grande obra da graça de Deus, porém, é fazer-nos crescer na semelhança com o pai, bondoso e misericordioso, sempre disposto a acolher e perdoar.


Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio

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