A liturgia da palavra deste IV domingo do tempo comum está centrada nos “anawim”, isto é, os pobres de YHWH, aqueles que confiam no Senhor, que é seu único bem. Não há ninguém por eles, a não ser o próprio Deus.
Em sua profecia, Sofonias (Sf 2,3; 3,12s) direciona sua pregação aos humildes, os que praticam a justiça e por isso são apascentados e encontram refúgio no Senhor: “E deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres. E no nome do Senhor porá sua esperança o resto de Israel”.
O Salmo 145 é um hino que expressa a confiança do orantena misericórdia do Deus criador, que se mostra especialmente atento aos estrangeiros, aos órfãos e às viúvas: “O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos”.
A carta aos Coríntios (1Cor 1,26-31) considera o chamado de Deus, que confunde os sábios, os fortes e os que se consideram importantes, uma vez que se volta para os que em geral são considerados estúpidos, fracos, desprezados e sem importância: ‘É graças a ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de Deus: sabedoria, justiça, santificação e libertação, para que, como está escrito, “quem se gloria, glorie-se no Senhor”’.
As bem-aventuranças (Mt 5,1-12) abrem o chamado ‘sermão da montanha’, que será lido durante alguns domingos, totalizando três capítulos inteiros do evangelho segundo Mateus. Assim como Moisés outrora, Jesus sobe ao monte para transmitir aos discípulos sua lei: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”.
Ele próprio é o que concretiza em sua pessoa as bem-aventuranças, ao mesmo tempo em que nos possibilita vivê-las. Que a graça de Deus nos conduza nesse caminho de crescimento diário.
Uma semana abençoada para todos
Padre Célio
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