PALAVRA VIVA – DOMINGO DE PÁSCOA – ANO A



No Domingo da oitava da Páscoa, também chamado da Divina Misericórdia, pedimos a Deus a graça de compreender melhor “o batismo que nos lavou, o espírito que nos deu nova vida, e o sangue que nos redimiu”.

A liturgia da palavra continua acompanhando os passos da primitiva comunidade cristã de Jerusalém (At 2,42-47), belo espelho para nossas paróquias e movimentos hodiernos: Os que haviam se convertido eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. E, cada dia, o Senhor acrescentava ao seu número mais pessoas que seriam salvas”.
O salmo 117, tipicamente pascal, proclama as maravilhas da destra do Altíssimo em favor de seu servo, severamente provado, mas não abandonado às mãos da morte. Na terceira estrofe, o salmista canta: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!”, ao que a assembleia responde: “Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; eterna é a sua misericórdia!”.
A Primeira Carta de Pedro (1Pd 1,3-9) bendiz a Deus Pai, que dá o novo nascimento do batismo aos que creem na ressurreição de Cristo, mesmo entre numerosas e dolorosas provações. Perseverando na esperança, receberão uma herança incorruptível: Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação”.
O evangelho (Jo 20,19-31) pode ser dividido em duas partes, cada uma delas narrando uma aparição do Ressuscitado, sem e com a presença de Tomé. A primeira delas, no dia mesmo da Páscoa, quando Jesus dá seus primeiros “presentes” pascais: a paz, a alegria e o Espírito Santo para o perdão dos pecados. 
Tomé, ausente da comunidade, tem dificuldade para acreditar no testemunho dos irmãos. Oito dias depois, ele está reunido com os demais e Jesus se faz presente mais uma vez, ao que Tomé exclama: “Meu Senhor e meu Deus!” e merece ouvir de Jesus a bem-aventurança: “Felizes os que creram sem terem visto!”.
Vemos que o questionamento de Tomé foi proveitoso para nós, que desejamos aquilo que o evangelista escreveu na conclusão de seu livro: “Jesus realizou muitos outros sinais. Estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome”.

Que a vivência da cinquentena pascal possa iluminar todo o nosso ano, assim como o domingo dá sentido aos dias feriais.
Uma semana abençoada para todos!
Padre Célio 

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